Hermes
Um trabalho de Edson X sobre as Setes Leis de Hermes Trismegistos
Hermes
Trismegisto (em latim: Hermes Trismegistus; em grego Ἑρμῆς ὁ Τρισμέγιστος, "Hermes, o três vezes grande") é uma figura mítica de origem sincrética. Essa figura mítica indica o deus Thoth dos antigos egípcios, considerado o inventor das letras do alfabeto e da escritura, escrita dos deuses, e portanto, revelador, profeta e intérprete da divina sapiência e do divino logos. Quando os gregos tiveram conhecimento desse deus egípcio, descobriram que apresentava muitas analogias com seu deus Hermes, intérprete e mensageiro dos deuses, e o qualificaram com o adjetivo “Trismegisto” que significa “três vezes grandíssimo”.
Na antiguidade tardia, especialmente nos primeiros séculos da era imperial (sobretudo no séculos II e III depois de Cristo), alguns teólogos e filósofos pagãos, em contraposição ao cristianismo galopante, produziram uma série de escritos, conhecidos como literatura hermética, apresentando-os sob o nome desse deus, com a evidente intenção de opor às Escrituras divinamente inspiradas dos cristãos, como outras escrituras difundidas como divinas “revelações”. A literatura hermética hoje em dia está quase perdida.
As pesquisas modernas já acordaram, sem sombra de dúvida, que sob a máscara do deus egípcio se escondem autores diversos, e que os elementos “egípcios” são exíguos. Na realidade, trata-se de uma das últimas tentativas de resgate do paganismo, amplamente fundado em doutrinas do platonismo da época (o médio platonismo).[1]
Pela diversidade de temas, é pouco provável que todos esses livros tenham sido escritos por uma única pessoa, mas representam o saber acumulado pelos egípcios ao longo do tempo.
Alguns autores figuristas consideravam Hermes Trismegisto, bem como outros personagens lendários antigos, como sendo a mesma pessoa do patriarca bíblico Enoque.[2]
O Hermetismo é uma tradição filosófica e religiosa baseada principalmente em textos pseudoepigráficos atribuídos a Hermes Trismegistus. Alguns dos princípios do corpo doutrinário hermético são:
- pensamento simbólico;
- homem como símbolo emblemático do mundo (relação microcosmo-macrocosmo);
- a anima mundi;
- a teoria das correspondências entre os níveis;
- a complementaridade dos opostos;
- a meditação como uma técnica para ascender a mente individual à região da Grande Mente; e
- a vida como transmutação pessoal
Segundo os hermetistas, a alquimia não seria uma mera protociência, mas uma linguagem codificada por meio de símbolos que permitiriam ao iniciado "acessar uma percepção de ordem supra-histórica, na qual a natureza e o próprio homem [... ] estão em um status de criação".
A teoria hermética teve influência decisiva em várias correntes filosóficas, religiosas e esotéricas, bem como na arte, principalmente na literatura, na música e na pintura, tendo grande importância durante o Renascimento e a Reforma. A tradição afirma ser descendente de uma prisca theologia, a ideia de que existe uma teologia simples e verdadeira, que está presente em todas as religiões e foi dada por Deus ao homem na antiguidade.
Escritos herméticos, também chamados de Hermetica, obras de revelação sobre assuntos ocultos, teológicos e filosóficos atribuídos ao deus egípcio Thoth (grego Hermes Trismegistos [Hermes o três vezes maior]), que se acreditava ser o inventor da escrita e patrono da todas as artes dependem da escrita. A coleção, escrita em grego e latim, provavelmente data de meados do primeiro ao final do século III d.C. Foi escrito na forma de diálogos platônicos e divide-se em duas classes principais: Hermetismo “popular”, que lida com astrologia e outras ciências ocultas; e o hermetismo “aprendido”, que se preocupa com a teologia e a filosofia. Ambos parecem ter surgido na complexa cultura greco-egípcia dos períodos ptolomaico e romano. Do Renascimento até o final do século XIX, a literatura hermética popular recebeu pouca atenção acadêmica.
Estudos mais recentes, entretanto, mostraram que seu desenvolvimento precedeu o do hermetismo erudito e que reflete idéias e crenças amplamente defendidas no início do Império Romano e, portanto, significativas para a história religiosa e intelectual da época. Na era helenística, houve uma desconfiança crescente do racionalismo grego tradicional e uma quebra da distinção entre ciência e religião. Hermes-Thoth era apenas um dos deuses e profetas (principalmente orientais) a quem as pessoas se voltavam para obter uma sabedoria divinamente revelada.
Hermes Trismegisto foi um grande sábio e sacerdote egípcio, considerado por muitos como o criador do Hermetismo, da Alquimia e da Magia. Hermes é a representação grega do deus egípcio Toth, deus da sabedoria e da comunicação. Trimegisto é uma palavra de origem grega que significa “o três vezes grande”.
Para falar de Hermes Trismegisto, precisamos entender que, primeiramente, esse personagem é uma junção do deus grego Hermes com o deus egípcio Toth. É um inspiração de ambos. É possível perceber, então, que a mitologia grega e a mitologia egípcia se entrelaçam muito.
Os símbolos em cada um dos deuses
No deus egípcio Toth, notamos a existência de uma simbologia e presença muito maiores, isso porque os egípcios eram muito mais intuitivos, utilizavam mais símbolos em sua comunicação que os gregos.
A representação egípcia é a primeira que se faz conhecida de Hermes Trismegisto. É possível observar uma cabeça de pássaro com um bico bem fino, um cajado em sua mão direita e uma cruz ansata em sua mão esquerda.
O bico fino significa a inteligência, ou seja, a capacidade de “colocar tal bico dentro de um formigueiro e escolher a formiga certa”, a capacidade de discernir. A palavra inteligência é originada do latim “interlegere”, que significa escolher dentre.
A cruz ansata simboliza a vida eterna e a chave dos mistérios da vida, é um instrumento típico de um deus egípcio. Por último temos o cajado e Anúbis, que significa a luz em meio a escuridão.
A mitologia grega é uma adaptação mais racional da mitologia egípcia, pode-se assim dizer. Os gregos eram mais racionais e necessitavam de símbolos mais próximos de sua realidade para que assim pudessem entender, interpretar e se conectar com o significado dos deuses.
Na representação do deus grego Hermes, podemos observar que foi utilizada uma figura masculina humana que carrega asas nos pés e em seu capacete, sugerindo a velocidade e a comunicação, já que Hermes era o mensageiro dos deuses e o deus da Comunicação.
Na sua mão direita está o caduceu, um símbolo da união do corpo, da mente e do espírito, sugerindo a perfeita comunicação e equilíbrio interno. Uma curiosidade: muitas pessoas confundem o caduceu com o símbolo da medicina, que na verdade é o bastão de asclépio.
Hermes Trismegisto é um personagem mítico que também possui uma representação romana, o deus Mercúrio.
As duas principais Obras
O fato é que: Hermes Trismegisto foi um grande sábio e, se realmente existiu como ser humano, teria sido por volta de 5.000 a 2.000 a.C. O que se sabe sobre ele é que buscou explicar todo o funcionamento do Universo através de sete leis escritas em duas de suas obras, sendo elas:
- Corpus Hermeticum;
- A Tábua de Esmeralda: o mito da Tábua de Esmeralda é de que Hermes escreveu as leis, de forma bem resumida, em uma tábua feita de esmeralda com uma ponta de diamante.
Hermes escreveu o que acreditou ser as Setes Leis que explicam o funcionamento de vida e do Universo, encontradas na tábua e no Corpus Hermeticum (caso você não saiba, “corpus” significa um conjunto de textos).
O Caibalion
O curioso é que essas leis existem há milhares de anos e só tivemos acesso à elas há pouco mais de 100 anos, quando foi publicado anonimamente — em 1918 — o livro “O Caibalion”, sob o pseudônimo de “Três Iniciados”. Nele podemos encontrar as Sete Leis Herméticas originais traduzidas, além de comentários sobre cada uma delas.
Esse é um conhecimento que ficou guardado por muito tempo, transmitido apenas de forma oral e para poucos. Isso porque acreditava-se que se tratava de um conhecimento extremamente poderoso, que só deveria ser transmitido para aqueles que realmente estivessem preparados para o receber.
Acreditava-se, também, que a melhor maneira de transmitir conteúdos tão profundos era de forma oral, pois era preciso vivenciar e sentir tais informações; escrever seria uma redução que acabaria limitando o potencial do conteúdo.
Outra informação muito interessante é que, a partir disso, o ser humano só começa a escrever quando sente o peso da memória. Surge então a necessidade de deixar gravado em algum lugar para não esquecer, sendo desenvolvido assim os escritos de Hermes.
Todo esse conhecimento, apesar de simples, não é para qualquer pessoa. O próprio livro começa com a seguinte frase: “Os lábios da sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos do entendimento”. E realmente, não é para qualquer um.
É um conhecimento que precisa ser vivido, na prática, aplicado e — principalmente — utilizado para o bem. Platão disse: “É preferível a ignorância absoluta ao conhecimento em mãos inadequadas”.
A Alquimia
Se dá também à Hermes Trismegisto a autoria da Alquimia, a mãe de todas as ciências e que dizia transformar o chumbo em ouro (um símbolo do objetivo real da Alquimia, transformar o chumbo da ignorância no ouro da sabedoria).
Esse símbolo foi criado pelos alquimistas para fugir da Inquisição da Igreja Católica. Era extremamente subversivo transmitir sabedorias tão profundas, abrir os olhos das pessoas e transmitir conhecimentos que as libertasse das amarras dos dogmas da Igreja Católica. Fazer tal coisa resultava em morte na fogueira.
Mas transformar chumbo em ouro não gerava problemas. A ganância era algo extremamente aceitável pela Igreja, porque não ia contras as regras ideológicas da mesma. Por esse motivo, para transformar a ignorância em sabedoria era preciso que esse conhecimento fosse hermético, ou seja, fechado.
Você provavelmente já ouviu essa expressão, que — por exemplo — algo está hermeticamente fechado. Pois é, essa expressão vem de Hermes, porque seu conhecimento alquímico precisava ser hermeticamente fechado para que os alquimistas não fossem condenados e queimados vivos pela Igreja Católica. Medium.com
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