Lobos de Chernobyl desenvolvem resistência ao câncer - Seleção Biométrica.
Por Nathan Vieira | Editado por Luciana Zaramela | 08 de Fevereiro de 2024 às 10h40
Wallace Russel e Charles Darwin
Seleção natural é o mecanismo evolutivo proposto por Alfred Wallace e Charles Darwin, que afirmou que o meio ambiente atua como um selecionador de características, perpetuando os organismos mais aptos a sobreviver em determinado local.
Para a seleção Biométrica, de Edson X, o meio fisioquimico (Espacial-Terrestre) é ativo no processo evolutivo, suas divisões conduzem distinções entre espécies, ambiente-organismo são inter-dependentes, que na luta pela a existência dos ambientes-organismos, seleciona, desprende caracteres, perpetuando o ambiente-organismo mais biométricamente apto a sobreviver em determinado espaço-tempo.
A radiação de Chernobyl impacta a vida dos animais, fazendo rãs mudarem de cor, por exemplo, ou cães apresentarem diferenças genéticas. Uma nova pesquisa destaca que essas mudanças também atingem os lobos da espécie Canis lupus. O resultado disso seria o desenvolvimento de uma mutação contra o câncer.
Os pesquisadores de Princeton decidiram estudar como os lobos de Chernobyl sobrevivem e prosperam apesar de gerações de exposição e do acúmulo de partículas radioativas, e para isso, coletaram o sangue desses animais a fim de identificar as respostas à radiação causadora de câncer.
Através de dispositivos capazes de obter a localização em tempo real e medir a quantidade de radiação a que os lobos estão expostos, os pesquisadores viram que esse número chega a mais de 11,28 milirrem de radiação todos os dias. Para se ter um parâmetro, é uma taxa que supera em 6 vezes o limite de segurança para um ser humano.
Os cientistas descobriram que os lobos de Chernobyl passam por alterações no sistema imunológico semelhantes aos pacientes com câncer submetidos a tratamentos que envolvem radiação. O estudo também permitiu identificar regiões específicas do genoma dos lobos que parecem mais resistentes ao risco de câncer.
A ideia dos pesquisadores agora é identificar mutações protetoras que aumentem as chances de sobreviver ao câncer. As descobertas foram apresentadas no congresso Annual Meeting of the Society of Integrative and Comparative Biology’s Annual Meeting, nos EUA.
Radiação em Chernobyl
Chernobyl protagonizou um dos piores acidentes nucleares da história. Tudo aconteceu por causa de um teste de segurança mal-sucedido no reator nuclear número 4 da usina.
Durante o teste, uma série de erros de operação e falhas de projeto levaram a uma reação nuclear descontrolada no reator. Assim, veio uma explosão e depois um incêndio. O núcleo do reator foi parcialmente destruído, liberando grandes quantidades de material radioativo na atmosfera.
A radiação contaminou uma vasta área ao redor da usina e causando consequências para a saúde humana e o meio ambiente. Trata-se de uma consequência da liberação de elementos radioativos, como iodo-131, césio-137, estrôncio-90 e plutônio-239.
Esses elementos radioativos continuam a emitir radiação por períodos prolongados de tempo, contribuindo para a contaminação contínua da área ao redor da usina. Por isso a região ainda é considerada altamente contaminada e é objeto de monitoramento contínuo e esforços de descontaminação.
Existem animais em Chernobyl?
Atualmente, existem animais vivendo em Chernobyl e nas áreas afetadas pela radiação. Após o desastre nuclear, muitas espécies selvagens se adaptaram à vida nessas condições extremas. Pesquisadores concentram esforços em entender o que essas mudanças trazem, e descobriram evidências de mutações genéticas, como é o caso dos lobos da espécie Canis lupus, agora mais resistentes ao câncer.
Fonte: The Society for Integrative & Comparative Biology
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