Evolução Biométrica

  Uma carta para Alfred Wallace Cairíssimo Alfred Wallace,  


foi com grande jubilo, que recebi sua  carta sobre sua teoria da evolução e seleção natural, em  meu peito nasceu um Sol, ao tormar conhecimento que  iniciares aqui vossas teorias, em nossos majestosos rios  


Negro e Solimões, em nossa emblemática Floresta  Amazônica. 


Sua carta demorou a chegar a minhas  mãos cento e sessenta e um anos, mas como dizem ‘mais  antes tarde do que nunca’, porem, às vezes é preciso  entender que, algumas coisas tem seu próprio tempo, e  não tem jeito que der jeito. 


Suas cartas saíram da Amazônia, para a  Inglaterra, da Inglaterra para o Arquipélago Malaio  (Indonésia), retornando para sua amada Inglaterra, e  agora voltam para a sua e minha, amada Amazônia. 

Apesar de não merece-las, esse homem simples um homem do povo, lutará com afinco e  destreza para justificar tamanho mérito, responsabilidade. Poderíamos chamar isso de ‘ironia do  destino’, porém, chamo de ‘glória do destino’, seu valioso  trabalho científico saiu da Amazônia e voltou para as  mãos de um Amazono, que quando garoto brincou e  pescou nos fabulosos rios em que criastes tuas teorias,  que tu amastes, mas também que te deram grandes  dores, como a morte por febre amarela do teu estimado  irmão em Belém, depois partistes da Cidade dos deuses (Manaus) para a Inglaterra. 

Sem me delongar, pois és um homem extremamente ocupado em desvendar os segredos ocultos  pela a natureza.  

Li suas cartas em estado de êxtase, pela tamanha clareza de pensamento, és um exímio  observador, daquele que sabe que, no óbvio pode está o  maior dos erros, a maior das descobertas. Então, em  minha ínfima sabedoria, desenvolvi meu trabalho, que havia iniciado em meu livro Ciensofia, dedicado mais as  questões da ciência física, mas que já havia aplicado o  termo Biométrica nele, a base da minha evolução e  seleção biométrica, já se encontra nesse livro, sua  proposta básica é unificar a ciência biológica com a  ciência física. 

Suas expedições pelos os rios amazônicos,  Epelo o arquipélago Malaio, são inspiradoras, quanta  coragem, quanta paixão pelo o conhecimento, não tenho  duvidas, teu nome está marcado para sempre na  historia da ciência. 


Em minha carta parto da sua dinâmica historia de vida, analiso suas ideias, e pesquisas em  relação a Charles Darwin, este que representa para  vossa senhoria um grande símbolo da ciência, um  mestre. Comparo sua visão da evolução e seleção  natural em relação à evolução e seleção natural  proposta por teu estimado Darwin, e como elas  influenciam os mais variados ramos da ciência biológica  moderna. 

Se em minhas observações, concordares pelo menos em cinco por cento delas, isso será para mim,  algo de valor inestimável, pois cada pequeno avanço na  ciência, representa um marco para a humanidade.  


Aguardo com ânsia do tamanho dos rios  amazônicos tua resposta.  


Edson Exs, Manaus, Amazônia, 


20032021 


  


Dedicado a Alfred Russel Wallace 





Alfred Russel Wallace e suas bases  científicas para a teoria da evolução. Biografia. 


Agora os naturalistas estão começando a olhar  além, e a perceber que existe algum principio que regula infinitas  variedades de formas de vida animal. 


                                                    Alfred Russel Wallace 


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Evolucionistas antes de Wallace e Darwin já  tinham mencionado o mecanismo da seleção natural. Para  Wallace (1855-58), a variação existe em larga escala entre  populações e ela está disponível para a ação da seleção natural.  Parte dessa variação beneficia seus portadores na luta pela  sobrevivência. Darwin (1858-9) chegou a conclusões semelhantes  quase ao ‗mesmo tempo‘. Mas, quais são essas tão comentadas  ‗semelhanças‘, que se fala durantes um século e cento e sessenta e  um anos depois? No capitulo seguinte, definiremos essa questão.

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Wallace veio para o Brasil, pensando em testar  suas teorias sobre a origem das espécies, enquanto o renomado  cientista Charles Darwin nada havia publicado. Wallace publicava  seus trabalhos em revistas científicas da época. 

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Com bases em seus conhecimentos de  geografia, geologia e biologia escreveu que:  "toda espécie chegou à existência coincidentemente tanto no tempo quanto no espaço com uma  espécie aliada preexistente".  

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Wallace propôs que todas as espécies vivam descendem de um  único ancestral comum, e explicou como elas se diferenciavam.  Ele foi o primeiro a notar que os trechos longos dos Rios  Amazônicos (Negro e Solimões) eram habitados por duas  espécies de mariposas diferentes, era a base da seleção natural no  que diz o isolamento, o distanciamento geográfico, podia  transformar duas populações da mesma espécie, em espécies  distintas: 

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Wallace tanto considera o espaço como um elemento ativo no  processo evolutivo, e suas divisões condutoras das distinções  entre as espécies: reconheceu que o distanciamento geográfico,  ambiental, está relacionado com as historias das espécies, ou seja,  as espécies mais próximas entre si compartilham um ancestral  comum mais recente, do que com a espécie mais distante. E que a Separação espacial entre as mesmas espécies poderiam torna-las  distintas uma da outra. 

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Em 1858, quando sofreu um ataque de malária,  usou as ideias de Thomas Malthus sobre o Crescimento  populacional e os meios de subsistências, para incorpora em seu  trabalho a Idea que ‗somente os mais aptos sobrevivem‘,  explicando como os organismos se tornam naturalmente  adaptados ao ambiente. 

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A busca de evidências que confirmassem a  teoria da evolução foi coroada com êxito por Wallace, no  arquipélago Malaio. Vários casos indicavam que, de maneira  muito geral, as distribuições disjuntas de espécies se devia à  extinção de formas intermediárias. Assim, por exemplo, em  relação aos lepidópteros do gênero Euploea, Wallace notou, desde  sua chegada a Cingapura, que As Euploea aqui ocupam o lugar  dos Heliconidae da Amazônia e se assemelham a elas exatamente  em seus hábitos (Wallace, 1854a, p.4396). 

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A analogia da ordenação das espécies dentro de  um sistema que lembrava os galhos e ramos de uma árvore foi  muito bem observada e descrita por Wallace, ideia que também  será seguida por Charles Darwin. 

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Wallace deu o conceito biológico de espécie, e  falou sobre a importância da seleção natural, e ainda das  diferenças entre as seleções naturais e artificiais. Darwin, ainda  incorporava o ‗lamarckismo‘ a sua teoria. Wallace sempre se opôs  a ‗Lamarck‘.

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A distinção básica entre Lamarck e Darwin não  diz respeito à ideia dos efeitos da hereditariedade do ‗uso e  desuso‘ das partes. Nisso ambos estavam de acordo. Quando  Darwin explica a seus correspondentes que quer evitar ‗os erros  de Lamarck‘, ele se refere a sua visão da vida a uma arvore  genealógica, pela a lógica da ancestralidade, ao passo que  Lamarck pensava em processos paralelos de aperfeiçoamento  continuo. 

Darwin antecipava, na primeira edição do  ‗Origem‘, uma conjectura sobre a origem da baleia: ela seria  descendente de mamíferos terrestres, a ideia foi criticada com  zombaria, inclusive ele a retirou na edição seguinte.

 Para Lamarck  isso seria impensável, pois para um mamífero aquático seria o  ‗aperfeiçoamento‘ de um réptil aquático. Um mamífero terrestre  não se ‗aperfeiçoa‘ tornando-se um aquático, como propôs  Darwin. 

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Wallace adotou sem restrições o gradualismo  Naturalista, transpondo-o para o seu pensamento biológico.  


Darwin acreditava na herança de características  adquiridas, pois ele mesmo não acreditava que a seleção natural  era suficiente para explicar o processo evolutivo das espécies,  enquanto que Wallace rejeitou prontamente o lamarckismo, desde  o inicio de sua carreira cientifica. E Darwin, em cada nova edição  dos‗Origens‘, mais se tornava lamarckiano, é o que dizem seus  críticos científicos.


Quanto aos grandes macacos, desde Lamarck, a  postulação da origem símia dos seres humanos era patrimônio do  pensamento heterodoxo, e Wallace ―ficou fascinado com a  possibilidade de estudá-los no seu habitat, arquipélago Malaio.  Para ele, era perfeitamente aceitável que tivéssemos um ancestral  comum com os orangotangos‖. 

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Em 1868, Wallace lançou o livro Arquipélago  Malaio, contando suas viagens pelo o arquipélago Malaio, no  livro Wallace descreve uma linha imaginária entre as faunas da  Austrália e da Ásia, hoje conhecida como alinha Wallace. 

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Wallace viajar para a Amazônia ainda muito  jovem, tinha apenas 25 anos. Aos 31 viaja para o Arquipélago  Malaio (Indonésia). Wallace viajou pelas as ilhas desse  arquipélago, deparou-se com um feito curioso, apesar da  proximidade geográfica, partes das ilhas tinham diversidades  complementes diferentes das outras partes: em uma parte,  algumas ilhas mantinham a relação de biodiversidade encontrada  na Ásia, mas as ilhas mais ao sudeste mantinham relações com a  biodiversidade australiana. 

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Depois de muito estudar compreendeu hoje o  que chamamos de placas tectônicas, e traçou a barreira biográfica,  atualmente conhecida como a ‗linha de Wallace‘. 

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Wallace contou mais de 180 mil espécies no  arquipélago Malaio, só de besouros mais de 80 mil, sendo que mil  representavam espécies novas para a ciência, isso é para Percebemos como a categorização dos animais já estavam  avançadas naquele tempo. 

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Descrições dos seus estudos e aventuras foram  eventualmente publicados, uma em especial se tornou um dos  diários de exploração cientifica mais populares do século XlX. A  publicação foi elogiada por cientistas, tais como Darwin, a quem  o livro foi dedicado. 

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Wallace manifestava uma posição incomum  para o século XIX, e não chamava as tribos selvagens de  ―primitivas‖ e nem as considerava imoral ou intelectualmente  ―inferiores‖ aos europeus. Isso tipo de postura de Wallace lhe  acarretou grandes problemas pessoais. 

Enquanto que Darwin em  seu livro A Ascendência do Homem‘, ainda assume uma posição  racista, falando de ‗raças humanas‘ (isso é não é biológico), ou  misoginia dizendo que a mulher tem ‗um intelecto menor‘, que o  homem, porém, também dirá seguindo o exemplo de Wallace, que  nenhum ser é superior ao outro. 

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Os doze anos que passou convivendo com os nativos do  arquipélago, lhe deram uma visão mais realista da natureza  humana, ‗Quanto mais vejo pessoas menos civilizadas, melhor  compreendo a natureza humana como um todo, e as diferenças  essenciais entre os chamados homens civilizados, e os selvagens,  tendem a desaparecer. 

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Para Darwin a seleção sexual deu origem ao que  ele chamava de ‗raças‘ humanas, e progresso cultural, o porquê  dos humanos se dividirem em diferentes grupos raciais, a cor da Pele e do cabelo como indicadores importantes. A seleção sexual  podia afetar características mentais como inteligência e amor  materno, até mesmo dentro dos grupos raciais, ele escreveu: ―o  homem é mais corajoso, sagaz e enérgico do que a mulher, e tem  mais gênio inventivo‖. 

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Wallace era contra essas definições darwinianas  de sua seleção sexual (racismo-sexismo): 

A ideia de ‗raças inferiores‘ de Darwin, dividia  até mesmo seus parentes diretos. Uma votação crucial ocorreu em  1913 no Parlamento Britânico, sobre a esterilização de ‗tipos  inferiores‘. De um lado estava o filho de Darwin, o Major  Leonard Darwin, que presidira um congresso de eugenia no ano  anterior, do outro lado seu primo Clemente Wegwood, que foi um  dos três votos contrários, mas lutou contra a vetaçao da lei, e  conseguiu suplanta-la. 


Francis Galton era primo de Darwin, e baseado em suas teorias, cunhou o termo Eugenia, que significa ‗bem  nascido‘. Galton definiu a eugenia como ‗‘o estudo dos agentes  sob o controle social que podem melhorar ou empobrecer as  qualidades essências das futuras gerações seja física ou  mentalmente‘. 

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Alguns estudiosos alegam que talvez Darwin,  tenha assumido essas posturas (racismo-sexismo) por causa do  ‗espírito da época‘, ou talvez, para agradar os vitorianos  superiores aos ‗selvagens‘. Mas, seja como for, Wallace não  comportava com o ‗Espirito da época‘, porque seu espirito era  mais avançado que ela.

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Inclusive já aos 60 anos, escreveu sobre os  direitos das mulheres, e direitos no trabalho. Trabalhos sobre a  nacionalização da terra trazem ideias de quem estava muito além  do seu tempo. Ele sugeriu uma legislação para salvaguardar  patrimônios históricos, a construção de cinturões verdes em  parques, agrupamentos para repovoamento e organização urbana,  sempre em constância com a natureza, com a ecologia. 

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Enquanto Darwin temia apresentar suas ideias  na Inglaterra vitoriana, que acreditava no fixismo criacionista.  Wallace lança suas ideias aos quatro ventos, e foi exatamente essa  valentia de Wallace que irá influenciar Darwin a apresentar ao  publico, em ‗conjunto‘ com Wallace suas teorias: 

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De fato, desde o retorno de sua viagem no  H.M.S. Beagle (1831-1836), Darwin já começara a esboçar sua  teoria. Entretanto, fizera isso secretamente por pelo menos 20  anos devido ao fato da teoria confrontar a crença religiosa de que  Deus teria criado todos os seres vivos de forma fixa, imutáveis.  Portanto, a teoria era inaceitável a um membro da elite britânica  na Era Vitoriana.  


(Na segunda edição do Origem Das Espécies,  Darwin introduz uma epígrafe, um trecho do livro do bispo  anglicano Joseph Butler, que utiliza termos dos atuais defensores  do Design Inteligente, inclusive utilizando essa expressão, além  disso inseriu referencias ao ‗Criador‘. Algo totalmente  contraditório). 

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Por outro lado, Wallace, sem as amarras sociais  de Darwin, escreveu um ensaio detalhado explicando sua Teoria  de Seleção Natural e enviou ao Darwin juntamente com uma carta e apresentação. Como já se correspondia com Darwin, ele sabia  de seu interesse sobre transmutação das espécies (como a  evolução era chamada). 

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Wallace não era contra as vacinas, mas pela a  forma anti-higiênica em que eram aplicadas. Wallace fez um  estudo que mais pessoas eram prejudicas pelas as vacinas, do que  seu efeitos protetores, por causa da forma sem base higiênica em  que eram aplicadas. ‗Hoje‘, a higienização é a base da ciência  médica universal. 

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Wallace através de seus estudos sobre tamanhos  de crâneos, ele tentava medir as funções da mente e da  personalidade de cada um, e dizia que, ‗A mente é um função do  cérebro‘, indo de encontro a crença comum na época que eram  funções separadas. Mas, os estudos da inteligência dos  homininios, caracterizado conforme o tamanho dos crâneos  destes. Assim, por exemplo, conforme o tamanho de um crâneo,  sua capacidade de inteligência é analisada.


ALFRED RUSSEL WALLACE...


Teve uma vida agitada desbravando horizontes  além, ‗louco‘, apaixonado pela a natureza, pela a vida. Enfrentou  dificuldades desde a infância até o dia que morreu dormindo, aos  90 anos de uma vida intensa. 

Enquanto Darwin sentiu em seu rosto as brisas  dos ventos das ilhas Galápagos, coletando dados, e analisando os  pescoços das tartarugas, Wallace teve que enfrentar a floresta  mais fechada, perigosa, e de maior diversidade biológica do  mundo, a floresta amazônica. E escreveu sua ‗Lei do mais apto‘,  enquanto lia Malthus , delirando de febre, depois de adquirir  malária. Seu irmão morrerá atacado pela a febre amarela.  

A medida que seu barco afastava-se da floresta  amazônica, eladistancia-se dele, houve um momentosublime de  respeito entre ambos, a Amazônia devorou seu irmão, mas  respeitou aquele audaz mortal, não sentia-se culpada, o desafiante  deve arcar com os ônus do desafio. Wallace com olhos plácidos  inclina um pouco a cabeça em reverência a Toda Poderosa  Natureza, e segue.

No retorno de casa seu barco virou um ‗Titanic‘,  ferido mais vivo, depois de dez dias à revelia pelos os lares de  Poisedon, retornou a sua querida Inglaterra, levando a Amazônia a alma. Era chegada a hora de encarar os perigos do arquipélago  Malaio. 

Foi o ‗ultimo cientista aventureiro do Velho  Mundo‘, ainda não contente em apenas em encarar a Gigante  Verde (Amazônia), enfrentou as florestas perigosas do  arquipélago Malaio, cruzou rios e mares, e algumas vezes por eles  fora ‗engolido‘, e doenças que lhe infringiram a carne e o  ‗coração‘(morte do irmão), em sua busca incessante pelo o  conhecimento dos mistérios da Vida, guardados a sete chaves pela  a natureza implacável, qual enfrentou, mas que no final entre  tragédias e alegrias, ás vezes se conciliavam, outras vezes  reconciliavam-se, era como um casal que brigavam, mas que se  amavam, para o bem da ciência, pelo o bem da natureza e da  humanidade. 

Wallace é um exemplo que inspira por suas  atitudes audaciosas, de alguém que não queria passar pelo o  planeta Terra sem deixar sua marca, sua contribuição para a  ciência, para a humanidade, nem mesmo as condições de  extremas necessidades que lhe acometeram desde sua infância, o  delimitaram, manteve em seu espirito um amor pela a natureza,  que compensará todo o esforço por ele desprendido, para poder  dizer no final: ‗Sim, valeu a pena, mesmo entre escombros,  venci‘. 

Wallace jamais declinou por não ter apoios de  contatos poderosos, ou das vantagens da riqueza, não se intimidou  e foi adiante, conseguindo realizar feitos extraordinários, através  de sua concentrada força de vontade, pensamento independente,  rebeldia, entusiasmo pela natureza, pela a ciência, pela a Vida.



 Reunião da Sociedade Lineana em 1858, para  apresentação dos trabalhos sobre evolução natural  desenvolvidos por Wallace e Darwin. 



 Nem Darwin nem Wallace estavam  presentes. Darwin ficara em sua casa na Inglaterra em luto pela  morte de um filho de febre escarlate; Wallace estava na distante  Nova Guiné, caçando borboletas e besouros. 


 O artigo de Wallace formalmente  intitulado "Sobre a tendência das variedades de se diferenciarem  indefinidamente do tipo original" foi popularmente chamado de  "o artigo Ternate", pelo nome da cidade da Indonésia da qual ele  enviou o estudo para Darwin. O artigo foi a primeira explicação completa o processo de seleção natural, que introduziu o  conceito da sobrevivência dos mais fortes. 

 Wallace, que não tinha consciência que  seu artigo tinha sido apresentado na Sociedade Linnean,  continuou colecionando dados e escrevendo sobre biogeografia, a  biologia da ilha, a mudança das marés e a antropologia do  arquipélago melanésio, onde passou oito anos produtivos, porém  isolados. 

 Darwin, membro da elite científica  britânica. Wallace, que deixou a escola aos 14 anos e vinha de  uma família modesta.

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 Darwin era mais velho e mais bem  estabelecido. Sem dúvida que vinha pensando sobre a evolução e  colecionando dados volumosos, mas até aquele momento ele não  tinha publicado uma única palavra sobre o assunto. 

 Wallace, por outro lado, havia  escrito vários artigos sobre a evolução antes do artigo Ternate,  inclusive o Sarawak Law de 1855, em que afirmava o princípio  hoje o óbvio que "toda espécie chegou à existência  coincidentemente tanto no tempo quanto no espaço com uma  espécie aliada preexistente". 

 Quais são as ‗semelhanças‘ entre a teoria da  e evoluçãoproposta por Wallace e Darwin. Na reunião da  Sociedade Linneana, em que realmente consistem, quais das duas  apresentaram mais consistências científicas? 

Sobre as polemicas das cartas de Wallace à  Darwin (capitulo Cartas de Wallace). Independentemente das  polemicas que as envolvem, em torno de Darwin, e das suspeitas  que recaem sobre ele, ter ser apoderado das ideias de Wallace.  Vamos ao quer é realmente objetivo, cientifico: 

Os trabalhos de Wallace por ele apresentados  Jamais estiveram sobre suspeição, e os apresentavam abertamente,  e pela a grande admiração que tinha por Darwin (14 anos mais  velho que ele) , ao invés de mandar sua analises cientificas para as  revistas ou grupos científicos da época, os enviavam a Darwin,  acreditava piamente nele, não só como cientista, mas como  homem honroso, digno da sua absoluta confiança. 


A carta com o manuscrito de Wallace foi  postado em Ternate em 9 de março de 1858. Nesse exato  momento em que Wallace postou sua carta com o ‗Ensaio sobre a  tendência das variedades de se afastarem indefinidamente do tipo Original‘. Aqui, ele marcou para sempre seu nome na historia da  ‗biologia moderna‘, da historia cientifica. 

Naquela época o registro de uma obra era feito  através das cartas enviadas entre os pesquisadores das áreas  cientificas, por publicações em revistas, ou em reuniões oficiais  de grupos científicos. Assim, Wallace assina-la seu pioneirismo  na publicação da teoria evolução, da seleção natural. Semelhanças‘ em ciência, pode significar um  abismo entre as ditas partes ‗semelhantes‘, que é a diferença entre  um asno e um cavalo pangaré. Cada acréscimo em uma teoria  desenvolve milhares de fenômenos. 

Agora, independentemente das polemicas  envolvendo as cartas de Wallace à Darwin, se Darwin. Vamos ao  cerne da questão: 

Como Lyell e Hooker puderam afirmar, na  introdução do trabalho conjunto, que Darwin e Wallace haviam  chegado independentemente à mesma "teoria engenhosa para  explicar a aparição e perpetuação de variedades e formas em  nosso planeta", quando isso não era correto.


Ao receber o manuscrito de Wallace, Darwin notificou seus amigos, Charles Lyell e Joseph Dalton Hooker  (1817-1811). Eles se encarregaram de apresentar essas  contribuições aos membros da Sociedade Lineana de Londres e  decidiram a ordem em que seriam apresentadas.  

Eram estas: um apontamento de Darwin,supostamente escrito em 1839 e copiado depois em 1844; um  fragmento da carta que Darwin escreveu a Asa Gray em setembro  de 1857; e o trabalho de Wallace Sobre a tendência das  variedades de se afastarem indefinidamente do tipo  original (Darwin; Wallace, 1858), escrito em fevereiro de 1858,  em Ternate, nas ilhas Molucas.

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Desta forma, o ensaio de Wallace ficou no final. Darwin inseriu uma nota esclarecendo que o resumo do ensaio  nunca fora escrito para ser publicado e que, portanto, não fora  escrito cuidadosamente (o que pode ser notado na leitura).  Todavia, como assinala Beddal (1968), o conteúdo dessa nota não  era totalmente correto, pois Darwin tinha uma cópia encadernada  do mesmo ensaio, com instruções dirigidas a sua esposa para que  fosse publicado no caso de sua morte prematura. 

Depois da publicação dos resumos de Wallace e  Do ensaio de Darwin, no Journal da Sociedade Lineana em 1858,  Darwin abandonou, em definitivo, a redação de seu big book on  species, intitulado Natural Selection, e, nesse mesmo ano  começou a escrever febrilmente um novo livro, um resumo de  seu big book on species, publicado em 1859, sob o título  de Origin of Species 

Por fim, ao analisarmos, pormenorizadamente e em separado as contribuições de Wallace e Darwin, na publicação  conjunta orquestrada por Hooker e Lyell, podemos observar que o  ensaio de Wallace é consideravelmente mais bem escrito e  desenvolvido que os resumos de Darwin. Wallace, por exemplo,  inicia dizendo que as variedades produzidas em estado de  domesticação são muito distintas daquelas que ocorrem em estado  natural – uma total oposição ao ponto de vista de Darwin, que  acreditava ser o processo de seleção artificial, promovido pela  domesticação, uma fiel analogia da seleção natural ocorrida na  natureza. Para Wallace, as variedades domesticadas, quando  abandonadas, têm uma tendência a reverter à forma normal de  sua espécie antecessora. 


Deste modo, Wallace rechaçou firmemente a  validez dessa analogia. Darwin, como tantos outros naturalistas,  havia iniciado por uma consideração dos animais domésticos e  por uma analogia com o estado natural; mas fez uma analogia dos resultados conhecidos da seleção de formas domésticas com  possíveis resultados de uma força seletiva mais poderosa que ele  propunha atuar na natureza. 

Wallace também afirmou que "A vida dos animais selvagens é uma luta pela existência" (Darwin; Wallace,  1858, p.54), ou seja, todos devem exercer suas faculdades e  energias ao máximo para preservar sua própria existência e de sua  prole. Dependendo do grau de êxito de uma espécie, seus  membros serão mais ou menos numerosos: "A proporção geral  que deve haver em certos grupos de animais é facilmente visível.  

Animais grandes não podem ser tão abundantes como os pequenos; os carnívoros hão de ser menos numerosos  que os herbívoros" (ibidem). Apesar da fecundidade, que  permitiria que cada espécie expandisse amplamente seu número, é  evidente que a população animal do globo deve ser estacionária  ou, talvez, pela influência do homem, decrescente (ibidem); é  claro que as flutuações se evidenciam por todas as partes. Depois  de um simples cálculo, baseado na fecundidade das aves, Wallace  concluiu que "é evidente, portanto, que a cada ano um número  imenso de seres deve perecer – tantos, de fato, quantos nascem"  (Wallace; Darwin, 1858, p.55), isso se a população permanecer  em equilíbrio. 

Em seguida, Wallace pondera: 


O número dos que morrem anualmente deve ser imenso, e como a existência individual de cada animal depende  dele mesmo, os que morrem devem ser os mais fracos – os muito  jovens, os velhos e os enfermos –, posto que os que prolongam  sua existência devem ser os mais perfeitos em saúde e vigor – os  mais aptos na obtenção regular de alimento e no evitar seus  numerosos inimigos. É, como notamos, uma "luta pela Existência", na qual o mais fraco e menos perfeitamente adaptado  sempre deve sucumbir. (Darwin; Wallace, 1858, p.56-57). 

Em fevereiro de 1858, o naturalista Alfred Russel Wallace encontrava-se na ilha de Gilolo capturando  insetos para vender, quando uma doença o impediu de continuar  trabalhando. O ofício de entomólogo financiava seu verdadeiro  objetivo: levantar dados para fundamentar uma teoria sobre a  origem das espécies, motivação que o conduzira da Inglaterra  para a floresta amazônica e, naquele momento, para o arquipélago  Molucas (região da Nova Guiné, Oceania). Durante o repouso  forçado, ele pôs-se a refletir sobre a natureza viva e, subitamente,  ocorreu-lhe uma intuição, assim descrita em recordações datadas  de 1905: 

Naqueles dias eu sofria de um ataque agudo de febre intermitente; todo dia (durante os acessos de frio e posterior  calor) tinha de repousar por algumas horas, tempo durante o qual  nada tinha a fazer senão pensar sobre alguns assuntos que então  me interessavam particularmente. Um dia algo fez-me recordar  os Princípios de população, de Malthus, que eu havia lido doze  anos antes; pensei em sua clara exposição dos 'impedimentos  positivos ao aumento' – doença, acidentes, guerra e fome – que  mantêm a população das raças selvagens tão abaixo da média das  pessoas civilizadas. Então, ocorreu-me que essas causas (ou suas  equivalentes) também estão continuamente agindo no caso dos  animais e, como eles usualmente reproduzem-se muito mais  rapidamente do que os humanos, a destruição anual devido a elas  deve ser enorme para controlar a população de cada espécie  (posto que os animais, evidentemente, não aumentam  regularmente de ano para ano, pois de outra maneira o mundo de  há muito teria sido densamente povoado pelos que procriam mais  rapidamente).  


Pensando vagamente sobre a enorme e constante destruição que isso implica, ocorreu-me formular a  questão: por que alguns morrem e alguns vivem? E a resposta foi 

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claramente que, no todo, o melhor adaptado vive. ... Então,  subitamente me lampejou que esse processo auto-ativo  necessariamente melhoraria a raça, porque a cada geração o  inferior inevitavelmente seria destruído e o superior permaneceria  – ou seja, o melhor adaptado sobreviveria. ... Quanto mais  pensava nisso, mais ficava convencido de que eu havia finalmente  descoberto a tão buscada lei da natureza que resolve o problema  da origem das espécies. Durante a hora seguinte, pensei nas  deficiências das teorias de Lamarck e do autor dos Vestígios, e vi  que minha nova teoria suplementava essas visões e obviava todas  as dificuldades importantes (Correspondence, 7, p. 512). 


Estou muito contente devido a uma carta de Darwin, na qual ele  diz que concorda com 'quase todas as palavras' do meu artigo. Ele  está agora preparando seu grande trabalho sobre 'Espécies e Variedades', para o qual tem coletado material faz vinte anos. Ele  pode salvar-me do problema de escrever mais sobre minha  hipótese, ao provar que não há diferença na natureza entre a  origem das espécies e a das variedades; ou pode trazer-me  problemas se chegar a outras conclusões. Mas em todos os casos  seus fatos dar-me-ão sobre o que trabalhar (Correspondence, 7, p.  107, n. 2).  

Até este ponto, os argumentos de Wallace e Darwin são notavelmente semelhantes. Porém, o seguinte passo  lógico de Wallace, claramente, não tem um correspondente na  formulação prévia de Darwin (1844), nem tampouco o conceito – muito distinto – expressado em sua carta de 1857 a Asa Gray  (1810-1888). 

Segundo Wallace, a maioria das variações da forma típica de uma espécie, ou talvez todas, devem ter algum  efeito definido – apesar de serem pequenas – sobre os hábitos e  capacidades dos indivíduos. Igualmente uma mudança na cor  pode, por deixá-los mais ou menos indistinguíveis, afetar sua  segurança (Wallace, Darwin, 1858, p.58). Também é evidente que  a maioria das mudanças afetará, favorável ou desfavoravelmente,  as faculdades ligeiramente ampliadas para prolongar sua 

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existência; essa variedade, inevitavelmente deve, com o tempo,  adquirir superioridade numérica (ibidem). Então, em geral, 


Todas as variedades se situam, portanto, em  duas classes – aquelas que, sob as mesmas condições, nunca  alcançarão a população de uma espécie parental, e aquelas que,  com o tempo, obterão e manterão uma superioridade numérica.  Entretanto, se ocorre alguma alteração das condições físicas em um distrito ... é evidente que, de todos os indivíduos que formam  a espécie, aqueles que formam o grupo menos numeroso e a  variedade mais deficientemente organizada serão os que sofrerão  primeiro, e, se a pressão é severa, deverão extinguir-se logo.  (ibidem) 

Se essa crise ambiental extrema é contínua, os  indivíduos da espécie antecessora também morrerão, diminuindo,  assim, a população típica da espécie ao ponto da extinção: "A  variedade superior será, então, a única que restará e, com o  regresso das circunstâncias favoráveis, aumentará rapidamente de  número e ocupará o lugar da espécie e da variedade extintas"  (ibidem). 

Darwin não havia explicado, no trabalho de 1844, como surgem as novas espécies; e igualmente sobre a  formação de variedades na natureza havia dito simplesmente  "Quem pode pretender afirmar que ela [a seleção natural] não  produzirá algum efeito?". 

Como Lyell e Hooker puderam afirmar, na introdução do trabalho conjunto, que Wallace e Darwin haviam  chegado independentemente à ‗mesma teoria engenhosa‘ para  explicar a aparição e perpetuação de variedades e formas em  nosso planeta, quando isso não era correto? 

Em outra passagem da carta a Gray, Darwin expôs sua ideia mais claramente: "Cada nova variedade ou  espécie, quando formada, geralmente tomará o lugar de, e assim  exterminará seu antecessor menos adaptado" (Darwin; Wallace,  1858, p.51-52). 

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A diferença entre os conceitos dos  dois infatigáveis naturalistas é evidente: Wallace postulou que a  variedade superior se expande para ocupar o lugar da espécie  antecessora depois que essa população sucumbiu a alguma crise  ambiental; Darwin postulou uma competição direta entre a  variedade superior e a população da espécie antecessora,  terminando com a eliminação da população da espécie antecessora. 


A teoria de Wallace, através do princípio de  divergência, teria a vantagem adicional de explicar outros  fenômenos. Esse termo, utilizado ao redor do ano de 1829,  significava desvio de uma norma contínua ou padrão, e o registro fóssil deixava evidente a divergência das formas  representativas posteriores comparadas com as anteriores, em  cada grupo de organismos. 

Já o princípio de divergência de Darwin não ofereceu nenhuma explicação para a separação contínua. Não  explicou a formação nem de linhagens nem de morfoespécies.  Darwin somente afirmou que "a variada prole de cada espécie  intentará (e somente umas poucas conseguirão) ocupar tantos e  Tão diversos lugares na economia da natureza como sejam  possíveis". 


Esta conjectura contrariava a experiência de  Wallace que, depois de uma década estudando animais em campo,  sabia que, apesar de as variedades ocuparem localidades  diferentes das da espécie antecessora, todas as diferenças que  apresentavam eram ligeiras e que, em ambas, a variedade  e espécie típica ocupavam o mesmo lugar na economia da natureza. A conjectura de Darwin só podia ser vista por Wallace  como uma especulação de alguém que conhecia muito pouco da  variação que ocorria na natureza (Brooks, 1984, p.211). 


Darwin costumava repetir que ‗A natureza não  dar saltos‘, uma frase que vinha desde a antiga Grécia, ou seja,  para Darwin mudanças desprendem muito tempo, longos períodos 

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de tempos, o próprio amigo e defensor ferrenho de Darwin,  Thomas Henry Huxleu, solicitou a Darwin para que ele revesse  essa posição, mas era o seu dogma pessoal-cientifico, mas  Wallace não se comportar a definições de tempo, apenas afirma,  em suas observações iniciais sobre a evolução que: 


...a ideia que concebo do progresso da vida orgânica sobre o globo ... é que o tipo mais simples e mais  primitivo (sob uma lei à qual está subordinada a produção do  semelhante) deu origem ao tipo seguinte acima dele e este  produziu o próximo tipo mais elevado – assim sucessivamente,  até o mais alto de todos; como os graus de avanço, em todos os  casos, sempre foram pequenos (a saber, apenas de uma espécie a outra), o fenômeno sempre possuiu um caráter simples e  modesto (apud Papavero& Bousquets, 1994, p. 20). 


A ciência moderna evolutiva está cada vez mais  Concluindo que a evolução pode se comportar de forma muito  mais rápida do que propunha Darwin, mas que, como analisado,  não descaracteriza como Wallace propôs a evolução natural. No capitulo seguinte veremos como a seleção natural de Wallace  está de acordo com as ‗visões modernas‘ da evolução em teorias  como, por exemplo, Evo devo, Epigética. 

Por fim, se levarmos em conta as diferenças  existentesentre os trabalhos de Wallace e Darwin, que bem se  podem notar nos escritos de ambos, Wallace poderia ter-se  perguntado se Lyell e Hooker compreenderam o que a teoria de  cada um afirmava. Se houvessem realmente entendido,  certamente não teriam afirmado, na publicação conjunta, que as  teorias de Wallace e Darwin eram as mesmas (Brooks, 1984,  p.211-212). 

Muito se fala que Wallace havia sofrido preconceito pelos os acadêmicos por não ter graduação, porém,  Charles Darwin também não era acadêmico, ambos eram 

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autodidatas. Wallace teve que se afastar dos estudos acadêmicos por causa de questões financeiras, e Darwin, por opção. Então,será que a posição social de Darwin, de sua família e de seus contatos influenciou na questão?


Darwin conseguiu uma pensão da rainha vitóriap para Wallace, de cem libras ao ano, alguns autores anti- Darwin, diziam que isso era o que ele gastava com carne em um mês. E que isso seria um  ̳cala boca Sócrates‘ em Wallace, é o que dizem ̳as más línguas‘. Seja como for, Wallace era pai de três filhos, e como dizem,  ̳um pai faz (ou deixa de fazer) qualquer coisa por seus filhos‘.


Por fim condensando as seleções naturais de Wallace e Darwin, conforme os dados apresentados entre os trabalhos de ambos no decorrer de seus desenvolvimentos, elas são postas dessa forma:


A seleção natural proposta por Alfred Wallace,


afirma que o meio ambiente é ativo no processo evolutivo, que suas divisões conduzem distinções entre espécies, e que na luta pela a sobrevivência entre os organismos atuam como selecionadores de caracteres perpetuando os mais aptos a sobreviver em um determinado espaço-tempo.


(Wallace não define uma medida definitiva de tempo)


A seleção natural proposta por Charles Darwin, afirma que na luta pela a sobrevivência entre os organismos, o ambiente atua selecionando os caracteres perpetuando os mais aptos a sobreviverem determinado local.


(Para Darwin a evolução ocorre através de logos períodos de tempo, e de muitas gerações sucessivas)





Divergência Evolutiva - Síntese moderna – Deriva Genética - Evo  Devo - Epigenética - Evolução paralela = Seleção natural de  Wallace. 




No Rio Negro na Amazônia Wallace elabora  que a questão das barreiras físicas, que modificam as espécies,  começa a ser uma constantes em todos os seus trabalhos. É a base  das ciências modernas que estão surgindo, estão ‗sempre‘ dentro  da seleção natural de Wallace no que concerne o impacto entre os  organismos e ambientes. Como veremos no capitulo seguinte. 

Wallace concebeu os grandes rios amazônicos  como barreiras insuperáveis à dispersão das espécies, ainda  que não como uma barreira que houvesse dividido uma população  ou biota ancestral em dois descendentes, os quais, com o tempo,  haveriam se convertido em espécies distintas.  


Todavia, esse assunto nunca ficou fora de sua atenção, pois em  um artigo sobre mariposas do vale amazônico, apresentado à  Sociedade Entomológica de Londres em dezembro de 1853,  Wallace argumentou que a diversidade desses insetos estaria  diretamente relacionada a fronteiras físicas (Wallace, 1853a).  Novas espécies poderiam originar-se quando uma espécie  ancestral, vivendo originalmente em terras mais altas (como as  que habitam planaltos e montanhas, por exemplo), se dispersasse  por terras mais baixas (mais recentes do ponto de vista  geológico); as populações das terras mais baixas seriam  modificadas pela influência dos novos habitats, gerando  variedades e, finalmente, novas espécies. Os dados obtidos sobre  a distribuição das mariposas apontar nessa direção. 


Em sua obra Viagens pelos rios Amazonas e  Negro (1972), Wallace apresentou uma visão geral da geografia e  geologia, vegetação, zoologia e antropologia da região 

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amazônica. Uma das questões mais pertinentes desse livro  encontra-se nos capítulos sobre as características gerais da  história geológica da bacia amazônica e, consequentemente, dos  padrões de distribuição de populações de espécies de terras altas  que geraram as espécies das terras baixas, em certos grupos de  animais (Wallace, 1853b, p.425-427; 1889, p.294-296). 


Primeiramente Wallace visa processos evolutivos seletivos vindos  de barreiras físicas entre as espécies, a seguir prova a sua seleção  natural, pela formação de novas espécies de mariposas. _Finalmente, em 1855, Wallace decidiu  publicar sua Lei que regula a introdução de novas  espécies (1885b). Texto completo no Capitulo Wallace e as  mariposas. 

Um caso posterior confirmou, mais uma vez,  sua teoria. Em 1857, ao desembarcar nas ilhas Aru, teve a  possibilidade de coletar três exemplares (um macho e duas fêmeas  de uma nova forma relacionada com a Ornithoptera priamus. Esta  nova forma nativa de Aru era exatamente intermédia entre o O.  priamus de Amboina (nas ilhas Molucas) e o O. poseidon de  Nova Guiné. Efetivamente, O. priamus tem quatro manchas  negras na asa posterior, e a asa anterior não apresenta uma veia  longitudinal central verde; O. poseidon tem duas manchas negras  na asa posterior e uma veia longitudinal central verde na asa  anterior: a nova forma descoberta por Wallace em Aru tinha três  manchas negras na asa posterior, e a veia verde da asa anterior  tem um comprimento exatamente intermediário entre O.  poseidon e O. priamus. 


Ali estava, de maneira clara, segundo Wallace,  o processo de formação de espécies, com toda a sua evidência.  Uma espécie antecessora havia ocupado completamente a área  então ocupada por essas três formas, que se haviam diferenciado  em populações localizadas, por influência do ambiente. Contudo,  a forma intermediária (das ilhas Aru) existia. 

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Se desaparecesse a forma encontrada em  Aru, O. priamus e O.poseidon permaneceriam como espécies  isoladas e separadas, tal como Wallace havia proposto para tantos  e tão diversos grupos zoológicos. 


A seleção natural proposta por Alfred Wallace, afirma que, o meio ambiente é ativo no processo evolutivo, e suas  divisões conduzem distinções entre as mesmas espécies, e a luta  pela a sobrevivência entre os organismos atuam como selecionadores  de caracteres perpetuando os mais aptos a sobreviver em um  determinado espaço-tempo. 


Em genética chamamos de ‗restrição do fluxo  gênico‘, quando duas populações paralelas interrompem seu fluxo  genético em função de uma barreira física. 


Dessa forma temos o que chamamos de  ‗restrição de fluxo gênico‘, entre dois grupos da mesma espécie  em duas populações separadas, e o fluxo genético em função de  uma barreira física. Cientistas sabem que vários exemplos de  espécies de um lado do ritmo do Panamá possuem parentes  muitos próximos, são espécies irmãs do outro lado da barreira. 


Essas espécies próximas têm até nomenclatura  especial, são chamadas de espécies genidas, da mesma raiz da  palavra latina gemine que significa gêmeas. 


Quando o Oceano a milhões de anos atrás, ficou  raso o suficiente para permitir que um trecho completo de terra  firme, separando as aguas do Oceano pacifica ao Oeste, e  aterrando o mar do Caribe ao Leste, as espécies de organismos  marinhos que se espalharam para os dois lados dos ritmos, havia  uma barreira física que os impediu das espécies terem acesso  umas as outras. Agora tínhamos superpopulações das mesmas  espécies separadas por uma barreira física entre elas.


Às vezes as barreiras ambientais que ficam de  cada lado da barreira ficam ligeiramente diferentes, criando forças  seletivas diferentes, para cada uma das populações, o que leva a  aumenta as diferenças entre as populações ao longo do tempo. Ao  algum ponto as populações passam a divergir entre si, ao ponto de  se serem reconhecidas como duas espécies diferentes. 


A Divergência Evolutiva é crucial para entender  como a evolução acontece, e como novas espécies são formadas,  especiação, a divisão de uma espécie em duas espécies diferentes 


Genótipos iguais gerando fenótipos diferentes,  por exemplo, dependendo do ambiente, se há muitos  competidores, gerinos tendem a apresentar um corpo mais  robusto, na falta destes, um corpo menos robusto. 


O mesmo fenótipo conforme contextos  ecológicos diferentes, e deixando as populações isoladas por  muito tempo o mesmo genótipo, elas acabam acumulando  adaptações genéticas que faz com que sua capacidade plástica seja  reduzida. 

E se deixarmos essas populações isoladas por  muito tempo, mesmo que ela tem o mesmo genótipo, elas acabam  por acumular modificações genéticas, que faz com que aquela  plasticidade genótipa seja reduzida, e aquilo que surgiu se torne  uma característica intrínseca das populações, teremos uma  especiação causada por um processo de plasticidade fenótipa, que  a síntese moderna da evolução não alcança.


Epigenética 


 A Epigética é uma mistura da seleção natural  wallaciana com lamarckismo:  


Fenótipo, as informações são contidas na cadeia  do DNA, que faz com que algumas zonas se fechem e nãos e  possa ler, ou se abrem e se possa ler mais facilmente, elas ativam  e desativam os genes, e o importante dessas informações, que o  fato de retirar ou postar informações, é o condicionamento para  fatores ambientais, por exemplo, alimentação, o clima, pode fazer  com que determinada características que estavam na informação  do DNA, mas que não se mostravam no interior, em determinado  momento apareça, porque algo no ambiente os ativa, e que isso  passa para gerações futuras, não somente no organismo que  sofreu a mudança ambiental, mas que passa para seus  descendentes, filhos, netos... 


Só basta Retirar um determinado organismo  para outro ambiente, para ele começar a expressar determinados  genes benéficos a ele naquele novo ambiente, isso é Epigética,  isso não é uma influencia de uma mutação, isso é uma adaptação,  flexibilidade genômica, que o próprio individuo já possui, que  está programado em si mesmo.

_Os filhos mesmo que tenham o mesmo  genoma do pai, se eles estão num ambiente onde os pais sofreram  modificação epigenética, os filhos vão herdar essa modificação,  que pode durar algumas gerações, dependendo da espécie, ou do  gene do individuo, ou se tornar constante. 


Wallace na seleção natural disse que os  ambientes podem mudam os indivíduos, de ambiente para  ambiente, porém a Epigenética, soma a isso questões culturais a  essas modificações, a seleção Biométrica visa explica como se  sucede essa modificação em junção do organismo com a cultura  inserida em seus contextos e ambientes. 


‘A seleção natural é uma lei Universal’ 


A seleção natural proposta por Alfred Wallace,  Afirma que o meio ambiente é ativo no processo evolutivo, e suas  divisões conduzem distinções entre as mesmas espécies, e a luta  pela a sobrevivência entre os organismos atuam como selecionadores  de caracteres perpetuando os mais aptos a sobreviver em um  determinado espaço-tempo. 


Quando você lê a lei da seleção natural escrita,  condensada dessa forma, ela esta dentro de uma visão ‗Universal  biológica‘. A partir dessa premissa todo e qualquer biólogo pode  fundamentar sua analise cientifica a utilizando. E ela pode ser  aplicada na Vida como um todo, até mesmo no espaço sideral. 

É por isso que Darwin, tendo por base essa lei,  escreverá rapidamente 40 páginas sobre evolução que apresentará  na Reunião da Sociedade Lineana em 1858, em conjunto com o  Wallace que selecionou as bases da evolução e da seleção natural.  Hoje a lei da seleção natural é aplicada em muitos ramos da  ciência biológica, coisas que Wallace e Darwin jamais  imaginariam na época, mas de qualquer forma, elas sempre  estiveram ali. E Darwin, reunirá mais dados para provar essa ‗lei  da seleção natural‘, um ano depois, em 1859. Em seu livro  ‗Origem das Espécies‘, porem, nas edições posteriores, críticos de  Darwin afirmam que ele se tornou a cada nova edição mais  lamarckiniano.


A polêmica em torno da evolução está longe de  acabar. Para os cientistas, isso não é uma má notícia: discussões  são sempre muito úteis para estimular o conhecimento e forçar  um maior rigor nas pesquisas. Apesar de tanto embates, o que não  dá para negar é o gênio de Wallace. Depois de tantos ataques e  emendas, sua teoria se manteve firme nos calcanhares por mais  um século.  

Vejamos alguns exemplos modernos da seleção  natural de Wallace, em relação às mudanças ambientais, alterarem  os ‗mesmos‘ organismos, quando separados em ambientes  diferentes. 


As características do pássaro felosa troquilóide  mudam gradualmente à medida que ele se espalha pela Ásia. No  norte do continente, duas variações da espécie não conseguem se  reproduzir e podem ser considerados membros de espécies  diferentes. A forma como essas espécies se diferenciaram  reproduz o modelo de evolução gradual previsto por Wallace, no  caso das mariposas Amazônicas e Malaias a ,a separação  ambiental e a luta pela sobrevivência entre as espécies as  modificam, sobrevivendo o ‗mais apto‘. 


Salmões introduzidos em um rio nos Estados  Unidos há 60 anos estão prestes a se dividir em duas espécies. A  descoberta mostra que a evolução nem sempre ocorre de maneira  lenta, como Darwin previa, mas dentro das especificações de  Wallace, em relação como ela transcorre (caso das mariposas do  vale amazônico-arquipélago Malaio). 


Pesquisas recentes mostram que, em alguns  casos, as espécies podem evoluir ainda mais rápido do que Gould  e Eldredge imaginaram. Um estudo divulgado em outubro do ano  passado apresentou evidências de que uma espécie de salmão  chegou quase ao isolamento reprodutivo em cerca de 60 anos. 


Durante a década de 1930, esse peixe foi  introduzido em um hábitat no noroeste dos Estados Unidos  composto de um rio e uma praia fluvial. Alguns animais se  especializaram em viver na correnteza e desenvolveram  características distintas daqueles que habitavam as águas calmas  da praia.  

Hoje em dia, os peixes de uma população  dificilmente se reproduzem com os da outra e, caso isso ocorra, os  descendentes têm poucas chances de sobreviver. ―Ainda não se  pode dizer que são duas espécies diferentes, mas esse caso é um  modelo de como surgem novas linhagens‖, afirma Andrew  Hendry, da Universidade de Massachusetts, Estados Unidos, o  autor do estudo. 


É possível também que a evolução combine a  seleção natural de Wallace, com outras leis da natureza. É o que  indicam novos estudos das ciências da complexidade. Essa linha  de pesquisa parte do princípio de que alguns sistemas possuem  tendências que não podem ser explicadas pelas características de  suas partes. Por exemplo, não é possível prever a direção de uma  avalanche se conhecer apenas as características dos flocos de  neve, assim como não se pode partir apenas da psicologia de cada  torcedor para entender o comportamento de uma torcida de  futebol. É o sistema como um todo, em sua complexidade, que  deve ser analisado (Seleção Biométrica)


 Seleção Biométrica de Edson Exs.


Para a seleção Biométrica de Edson Exs, o meio fisioquimico (terrestre-espacial) é ativo no processo evolutivo, suas divisões conduzem distinções entre espécies, ambiente-organismo são inter-dependentes, que na luta pela a existência entre ambientes e ambientes , organismos e  organismos, seleciona, desprende caracteres, perpetuando o ambiente-organismo mais biométricamente apto a sobreviver em determinado espaço-tempo.


Ou seja ambientes selecionam ambientes, e organismos e vice e versa. Fenômenos espaciais como o ciclo lunar,.por.exemplo, fazem parte do processo evolutivo biométrico, leis da física como a termodinâmica , magnetismo e etc. Como está expresso no meu livro Origens da Vida, Amazon, e-book de Edson Exs. 2019.


Para a Vida existir, é necessário que exista o próprio Universo. Edson Exs


Estudo de fevereiro 2021, revela o que diz a Evolução Biométrica, em relação a fenômenos físioquimicos amplos agirem sobre a Vida como um todo.


"O campo magnético da Terra quase desapareceu, e praticamente abriu o planeta para todas essas partículas de alta energia do espaço sideral. Deve ter sido uma época muito assustadora, quase como o fim dos tempos", comentou Turney


O colapso temporário do campo magnético da Terra há 42.000 anos desencadeou grandes mudanças climáticas que levaram à mudança ambiental global e extinções em massa, mostra um novo estudo internacional co-liderado pela UNSW Sydney e pelo South Australian Museum.


 Este dramático ponto de viragem na história da Terra - misturado com tempestades elétricas, auroras generalizadas e radiação cósmica - foi desencadeado pela reversão dos pólos magnéticos da Terra e mudanças nos ventos solares.


As descobertas foram publicadas em 180221.


"Pela primeira vez, pudemos datar com precisão o tempo e os impactos ambientais da última troca de pólo magnético ", disse Chris Turney, professor da UNSW Science e co-autor do estudo.




Livro Origens Da Vida, Amazon e-book de Edson Exs


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