Câncer: uma sessão de exercício físico já ajuda a combater a doença, mostra estudo
Musculação ou treino intervalado de alta intensidade aumentaram a produção de miocinas e suprimiu o crescimento das células tumorais
Por O Globo — Rio de Janeiro. 11/08/2025 09h42 Atualizado há 5 dias
Um novo estudo conduzido por pesquisadores da Universidade Edith Cowan (ECU, da sigla em inglês), na Austrália, mostrou que uma única sessão de exercício físico já foi suficiente para elevar a produção de substâncias anticâncer. O trabalho foi publicado na revista científica Breast Cancer Research and Treatment.
Os cientistas analisaram 32 sobreviventes de câncer de mama que realizaram uma única sessão de treino de resistência, como musculação, ou de treino intervalado de alta intensidade (HIIT, da sigla em inglês), que consiste em exercícios curtos e intensos intercalados com períodos de descanso ou atividade leve.
Amostras de sangue dos participantes foram coletadas antes dos treinos, imediatamente depois e 30 minutos após o término da atividade. Os resultados mostraram que a sessão foi suficiente para elevar a concentração de miocinas, proteínas produzidas pelos músculos que possuem efeitos anticâncer e que podem reduzir a proliferação do crescimento do câncer.
“O exercício surgiu como uma intervenção terapêutica no manejo do câncer, e há um vasto conjunto de evidências que mostram a segurança e a eficácia do exercício como medicamento, tanto durante quanto após o tratamento do câncer”, explica o autor do trabalho e pesquisador da ECU, Francesco Bettariga, em comunicado.
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“Os resultados do estudo mostram que ambos os tipos de exercício realmente funcionam para produzir essas miocinas anticâncer em sobreviventes de câncer de mama. Os resultados deste estudo são excelentes motivadores para incluir o exercício como cuidado padrão no tratamento do câncer”, complementa.
Um outro trabalho de Bettariga, publicado no periódico Journal of Cancer Survivorship, em julho, investigou uma outra relação entre atividade física e câncer: a mudança na composição corporal e os efeitos no combate à doença. O estudo concluiu que as alterações poderiam reduzir a inflamação do corpo, que favorece o crescimento do tumor.
“São necessárias estratégias para reduzir a inflamação, que podem proporcionar um ambiente menos favorável à progressão do câncer, levando a um risco menor de recorrência e mortalidade em sobreviventes de câncer de mama”, diz o cientista.
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“Se conseguirmos melhorar a composição corporal, temos uma chance melhor de diminuir a inflamação porque estamos aumentando a massa magra e reduzindo a massa de gordura, que é responsável pela liberação de marcadores anti e pró-inflamatórios”, continua.
O pesquisador, no entanto, destacou que soluções rápidas para reduzir gordura não devem proporcionar os mesmos efeitos benéficos:
“Nunca se deve tentar reduzir o peso sem fazer exercícios, porque é preciso construir ou preservar a massa muscular e produzir esses químicos que não conseguimos apenas com a dieta”.
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Diálogo entre Edson Ecks e Francesco Bettariga
O diálogo a seguir é baseado nas premissas da Terceira Lei do Corpo e Cérebro de Edson Ecks e nas descobertas do artigo "Câncer: uma sessão de exercício físico já ajuda a combater a doença, mostra estudo", publicado em 11/08/2025 pelo portal O Globo, com base na pesquisa da Universidade Edith Cowan (ECU).
Cenário: Conferência sobre Interdependência Mente-Corpo e Saúde
Participantes:
Edson Ecks: Autor da "Terceira Lei do Corpo e Cérebro".
Francesco Bettariga: Pesquisador da Universidade Edith Cowan e autor principal do estudo.
Edson Ecks: Boa noite, Doutor Francesco Bettariga. Sua pesquisa na Universidade Edith Cowan é fascinante e corrobora, de forma científica e prática, um conceito que eu chamo de Terceira Lei do Corpo e Cérebro.
Francesco Bettariga: É um prazer conhecê-lo, Edson Ecks. Fico honrado que nosso trabalho tenha encontrado ressonância em seu campo de estudo. Qual é exatamente essa Lei que o senhor menciona?
Edson Ecks: Minha lei postula a interdependência e a circularidade: fenômenos abstratos desenvolvem fenômenos biofisioquímicos, como fenômenos biofisioquímicos desenvolvem fenômenos abstratos. Em termos simples: o cérebro afeta o corpo e o corpo afeta o cérebro, e ambos são interdependentes do Universo.
Francesco Bettariga: Perfeito. Nosso estudo é um exemplo concreto da sua premissa. O exercício físico – uma ação do corpo, um fenômeno biofisioquímico – mostrou-se capaz de influenciar diretamente os processos internos do organismo. Uma única sessão de musculação ou treino intervalado é suficiente para elevar a concentração de miocinas, proteínas produzidas pelo músculo com efeitos anticâncer.
Edson Ecks: Exatamente. A decisão de se exercitar pode ser vista como um fenômeno abstrato (o pensamento, a vontade, a disciplina) que resulta em uma ação física, que por sua vez gera uma reação química, o combate ao tumor. É a comprovação de que a intervenção no físico altera o biológico, reforçando que o corpo depende do cérebro para iniciar a ação, e o cérebro depende do corpo para produzir os químicos que combatem a doença.
Francesco Bettariga: Concordo plenamente. Como mencionei em meu comunicado, o exercício não é apenas um complemento, mas "surgiu como uma intervenção terapêutica no manejo do câncer". Ele nos permite introduzir no corpo "químicos que não conseguimos apenas com a dieta", ao passo que, em outro de nossos trabalhos, mostramos que o exercício melhora a composição corporal, reduzindo a inflamação que favorece o crescimento do tumor.
Edson Ecks: Seu trabalho é vital, Doutor. Ele tira o conceito de interdependência do campo puramente teórico e o coloca como uma estratégia médica de ponta. Ele demonstra que, ao intervir ativamente no corpo — o fenômeno biofísico do exercício — a pessoa está ativando um sistema interno complexo, um fenômeno biofisioquímico de combate, validando que a saúde é um ciclo contínuo de causa e efeito entre o físico e o mental.
Francesco Bettariga: É uma excelente forma de resumir, Edson Ecks. Nossa ciência confirma o princípio de que o corpo é um agente ativo na sua própria saúde, e o movimento é o catalisador que conecta a capacidade de ação do indivíduo (a mente) com a resposta biológica de cura.
Detalhes da Fonte e Artigo
Autor da Lei: Edson Ecks
Autor(es) do Artigo (Pesquisadores citados): Francesco Bettariga
Fonte da Notícia: O Globo
Data de Publicação da Notícia: 11/08/2025
Quais são os benefícios adicionais da betaína na saúde
Além do efeito no envelhecimento, a pesquisa indica que a betaína pode fortalecer a flora intestinal e o sistema imunológico. Essa molécula mostra interações relevantes com diversos sistemas do organismo, ampliando as possibilidades para um envelhecimento saudável.
Entre os resultados pesquisados, diversos impactos positivos da betaína foram observados, por exemplo:
Redução da gordura hepática
Melhora da microbiota intestinal
Reforço do sistema imune
Potencial proteção contra doenças crônicas
Como os cientistas pesquisaram o papel da betaína no exercício regular
O estudo acompanhou 13 voluntários saudáveis submetidos a caminhadas regulares por um mês, avaliando diferentes biomarcadores de envelhecimento. Foram detectadas mudanças mensuráveis na redução do envelhecimento celular e na resistência aos danos celulares.
Recorrendo a ferramentas avançadas, os pesquisadores analisaram genes, proteínas e pequenas moléculas, revelando como o exercício regular repercute na fisiologia humana de forma ampla e benéfica.
O exercício físico regular ativa uma molécula que protege contra o envelhecimento
Ative betaína com exercícios e conquiste longevidade! Descoberta chinesa revela como movimento molecularmente revitaliza corpo e mente para vitalidade eterna. Créditos: depositphotos.com / AllaSerebrina
É possível substituir atividade física por terapias com betaína?
Ainda que o potencial de tratamentos à base de betaína seja promissor, especialistas reforçam que os efeitos do exercício físico são mais abrangentes do que os isolados no nível celular. Até o momento, nenhuma intervenção substitui integralmente os ganhos físicos e mentais proporcionados pela atividade física.
Apesar do número restrito de participantes, o estudo destaca que os efeitos positivos do exercício são concretos e mensuráveis. O aprofundamento no papel da betaína abre caminhos para novas intervenções em saúde e longevidade, mas a prática regular de exercícios segue insubstituível.
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Diálogo: A Lei do Corpo e Cérebro vs. a Betaína da Longevidade
Contexto:
O diálogo ocorre entre Edson Xésus Ecks, propositor da "Terceira Lei, a Lei do Corpo e Cérebro", e os cientistas responsáveis pela descoberta da betaína, citados em um estudo recente.
Participantes:
Edson Ecks: Proponente de uma visão interdependente entre o abstrato (emoções/pensamentos) e o biofísico-químico (corpo/ação) no envelhecimento.2021
Nome Completo do Primeiro Pesquisador Chinês (Fictício): Doutor Wei Chen.
Nome Completo do Segundo Pesquisador Chinês (Fictício): Doutora Mei Lin.2025
Edson Ecks: Doutor Wei Chen, Doutora Mei Lin, seus achados são notáveis. A ideia de que a betaína, ativada pelo exercício, retarda o envelhecimento celular (bloqueando a enzima TBK1, como a Doutora Larissa Carvalho reportou no Correio Braziliense em 29 de novembro de 2025) é uma prova material do que chamo de minha Terceira Lei, a Lei do Corpo e Cérebro.
Doutora Mei Lin: É uma honra, Senhor Ecks. Nosso foco está em desvendar os mecanismos moleculares: como o movimento, que é uma ação do corpo, gera uma resposta biofisioquímica (aumento da betaína) que, por sua vez, protege as células da senescência. Vemos uma resposta química direta à atividade física.
Edson Xésus Ecks: Exatamente! E é aí que reside a interdependência. O que é a corrida ou a caminhada acelerada — citada pelo nutricionista Gustavo Duarte — senão uma ação que se origina de uma decisão diária, ou seja, um fenômeno abstrato que se manifesta no concreto? Eu defendo que fenômenos abstratos desenvolvem fenômenos biofisioquímicos. Se um gêmeo passa dez anos correndo, ele está continuamente exercendo sua vontade (abstrato), o que desencadeia a produção dessa betaína (biofisioquímico).
Doutor Wei Chen: Entendo seu ponto. Embora nosso estudo tenha se concentrado nos efeitos mensuráveis da betaína — redução de gordura hepática, melhora da microbiota, reforço imune —, o fator inicial é o comportamento. O fenômeno biofisioquímico (o exercício) é, sim, estimulado por um fenômeno abstrato (a motivação, o desejo de saúde). A circularidade existe: a melhora física que a betaína promove retroalimenta a motivação (abstrato) para continuar se exercitando.
Edson Ecks: Exatamente! E quanto à minha provocação inicial sobre a relatividade? Um gêmeo que passasse dez anos correndo envelheceria mais do que o que passou dez anos andando.
Doutora Mei Lin: De uma perspectiva puramente newtoniana, a diferença de velocidade entre correr e andar é insignificante para a dilatação do tempo.
Edson Xésus Ecks: Mas na perspectiva da minha Lei, o gêmeo que correu ativou muito mais intensamente seus processos biofisioquímicos de reparo e longevidade através da betaína. Ele exerceu um esforço abstrato maior (decisão, disciplina) que gerou uma resposta biofisioquímica protetora mais forte. Portanto, ele não envelheceria mais, como reza a relatividade popular, mas sim menos biológica e celularmente, pois sua ação contrariou o processo de senescência.
Doutor Wei Chen: De fato. Seu conceito de que "Tanto o cérebro depende do corpo, como o corpo depende do cérebro e do Universo ao seu redor" encontra ressonância em nossos achados. A molécula betaína é a ponte molecular que prova essa interdependência no nível celular, ligando a ação do corpo (exercício) ao reparo celular (anti-envelhecimento).
Edson Ecks: Fico contente que a ciência biológica esteja convergindo para essa compreensão integrada. É a prova de que a nossa fisiologia é um espelho dinâmico da nossa mente e das nossas ações.
Fonte e Data do Artigo de Apoio
Fonte: Correio Braziliense - Radar / Curiosidades
Data: 29 de Novembro de 2025
Autora da Reportagem: Larissa Carvalho
Título: O exercício físico regular ativa uma molécula que protege contra o envelhecimento
Você pode estar envelhecendo mais rápido do que os seus amigos
Se aquela reunião de escola 20 anos depois do término do ensino médio não era prova suficiente, os cientistas confirmaram: as pessoas envelhecem em taxas radicalmente diferentes. Um estudo com cerca de mil pessoas de 38 anos descobriu que, enquanto a maioria tinha idades biológicas próximas da sua quantia real de “primaveras”, os outros eram muito mais jovens ou mais velhos. A pesquisa foi publicada na revista “Proceedings of the National Academy of Sciences”.
Os pesquisadores usaram 18 marcadores fisiológicos, incluindo a pressão sanguínea, o funcionamento dos órgãos e o metabolismo para avaliar a idade biológica de cada um dos participantes. Para alguns, os últimos doze anos não tinham feito muita diferença em seus corpos. Outros, porém, não tiveram a mesma sorte. Um bom número de participantes tinha idades biológicas próximas dos 50 anos, enquanto um, descrito pelos cientistas como um “caso extremo”, tinha a idade biológica de 61 anos de idade. Isso significava que, a cada aniversário nos últimos doze anos, seu corpo tinha envelhecido quase três anos.
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“A esmagadora maioria está biologicamente em seus 40 e poucos anos ou mais jovens, mas há alguns casos que estão em péssimo estado. No futuro, vamos aprender sobre as diferentes vidas que as pessoas que envelhecem rápida e lentamente viveram”, disse um dos autores do estudo Daniel Belsky, professor assistente da Faculdade de Medicina da Universidade Duke, nos Estados Unidos, ao jornal “The Guardian”.
Estudo de longo prazo
954 pessoas nascidas em 1972 ou 1973 em Dunedin, na Nova Zelândia, concordaram em participar de um estudo que os seguiria dos 26 aos 38 anos de idade. Cada participante concordou em ser testado para fatores que estudos anteriores associaram ao envelhecimento.
Eles fizeram isso no início do estudo e quando tinham 32 e 38 anos. Os dados foram combinados para calcular o ritmo em que cada pessoa estava envelhecendo. Do grupo original, 30 haviam morrido até os 38 anos devido a doenças graves como câncer, ou por acidentes, suicídios e overdose de drogas.
“Nosso objetivo era ver se conseguíamos medir o envelhecimento em pessoas jovens”, explica Belsky. “Está se tornando cada vez mais claro que o envelhecimento é realmente a causa de grande parte do fardo de doenças e deficiências que enfrentamos, mas a nossa ciência atual é baseada no envelhecimento em pessoas mais velhas, que já têm um monte de doenças relacionadas com a idade”. Assim, ao estudar o envelhecimento em pessoas jovens, estes males são excluídos da equação.
Idade biológica
Os cientistas elaboraram uma lista de 18 marcadores biológicos que juntos refletem idade biológica de uma pessoa. Eles incluíram medidas de função renal, hepática e pulmonar, níveis de colesterol, aptidão cardiovascular, índice de massa corporal, inflamações e os comprimentos de telômeros, que são capas protetoras que ficam nas extremidades dos cromossomos.
Com base neles e nas três medições feitas ao longo dos anos, foi definido o “ritmo de envelhecimento”.
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Em todo o grupo, as idades biológicas dos participantes de 38 anos variou de 28 a 61. Se um indivíduo de 38 anos tem uma idade biológica de 40, isso implica em um “ritmo do envelhecimento” de 1,2 anos por ano ao longo dos 12 anos do estudo.
“Mesmo antes de desenvolver doenças relacionadas à idade, sua fisiologia mostra sinais, e há uma grande variação no quão rápido as pessoas envelheceram nos últimos 12 anos”, afirma.
Pessoas com idades biológicas maiores tiveram um desempenho pior em testes que normalmente são dados a pessoas com mais de 60 anos. Estes testes incluíram equilíbrio e coordenação, mas também tarefas mentais, tais como a resolução de problemas desconhecidos. As pessoas mais velhas biologicamente também relataram mais dificuldades com atividades como subir escadas.
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Diálogo sobre Envelhecimento e o Paradoxo dos Gêmeos
A seguir, apresento um diálogo hipotético entre Edson Ecks e os pesquisadores principais do artigo sobre envelhecimento biológico, citados no texto fornecido. 2005
Pesquisadores do Artigo
Nome: Daniel Belsky
Instituição: Faculdade de Medicina da Universidade Duke, Estados Unidos (na época do estudo).
Artigo: "Quantification of biological aging in young adults"
Fonte: Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS)
Data de Publicação: Semana de 6 de julho de 2015.
Outros Autores (mencionados no contexto das equipes de pesquisa do Dunedin Study): Richie Poulton (Diretor do Dunedin Study), e uma equipe internacional. O diálogo focará no autor principal mencionado no excerto.
O Diálogo
Narrador: O encontro ocorreu durante um simpósio interdisciplinar sobre as causas e a medição do envelhecimento humano, reunindo físicos, biólogos e pensadores de diversas áreas.
Daniel Belsky: (Dirigindo-se a uma pequena plateia, exibindo um slide com o gráfico da variação de idade biológica dos participantes do Dunedin Study) Nossas descobertas na coorte de Dunedin são claras: a idade cronológica de 38 anos é apenas um número. A variação da idade biológica, que medimos com 18 marcadores fisiológicos, foi de 28 a 61 anos. Isso é uma prova de conceito de que as pessoas envelhecem em taxas radicalmente diferentes, e a maior parte dessa variação não é genética, mas ambiental e de estilo de vida.
Edson Ecks: (Levantando-se) Professor Belsky, seu trabalho é fascinante e corrobora uma perspectiva que venho desenvolvendo há anos (2005), que chamo de Teoria X. Especificamente, a ideia de que o envelhecimento é profundamente influenciado pelo ambiente e pelas ações do indivíduo – desde a dieta e o sono até o estresse e a convivência.
Daniel Belsky: Isso é o que a nossa próxima fase de pesquisa tentará quantificar: como fatores de estilo de vida, histórico médico e eventos estressantes afetam o "ritmo de envelhecimento". A ciência tem focado no envelhecimento em idosos. Nosso objetivo era medir esse processo em jovens para podermos intervir antes que as doenças relacionadas à idade se manifestem.
Edson Ecks: É exatamente o ponto. Em minha Terceira Lei (2005), a Lei do Corpo e Cérebro, eu postulo que fenômenos abstratos (como as emoções, o estresse de viver com uma "mulher impaciente, briguenta") desenvolvem fenômenos bio- fisioquímicos (como o aceleramento do envelhecimento, refletido em seus 18 marcadores). A mente afeta o corpo, e o corpo afeta a mente. É uma interdependência total com o ambiente ao redor.
Daniel Belsky: Concordo plenamente com a ênfase na interdependência e no papel do estresse. Nosso estudo, por exemplo, viu que aqueles com idades biológicas mais avançadas tinham um desempenho pior em testes de equilíbrio e coordenação, e até em tarefas mentais. O cérebro, o corpo e os órgãos estão envelhecendo juntos. O que chamamos de "ritmo de envelhecimento" é o resultado dessa interação complexa.
Edson Ecks: No meu conceito dos "Gêmeos Sem Paradoxo da Teoria X", eu uso o famoso Paradoxo dos Gêmeos da Relatividade para ilustrar que o envelhecimento diferencial não é exclusivo da alta velocidade relativística. O envelhecimento também se manifesta em planos cotidianos. Se um gêmeo passa dez anos correndo intensamente e o outro andando, o que corre pode envelhecer mais. Se um vive dez anos com estresse crônico e o outro em paz, o estressado envelhece mais rapidamente.
Daniel Belsky: Esse é um paralelo interessante, embora a física relativística seja regida por leis diferentes das leis biológicas. Na Relatividade, o gêmeo astronauta volta mais jovem devido à dilatação temporal induzida pela velocidade. Mas, no domínio da biologia humana, a sua analogia é poderosa. Se a viagem do astronauta ao espaço for cheia de radiação, estresse extremo e condições de microgravidade que afetam a expressão gênica e a telomerização, ele pode, de fato, retornar com uma idade biológica mais avançada do que o irmão na Terra. O Paradoxo dos Gêmeos se refere à idade cronológica. Sua Teoria X adiciona a dimensão da idade biológica e do ambiente, tornando-a uma questão de sobrecarga do sistema.
Edson Ecks: Exatamente. A Teoria X afirma que fenômenos de dilatação espaço-temporais dimensionais ocorrem em qualquer plano, da massa inanimada à animada. Eu estou apenas ampliando o conceito de dilatação para incluir a dilatação biológica e fisiológica causada pelo ambiente e pelas ações, não apenas pela velocidade. O objetivo final, como você mencionou, é ter um barômetro em tempo real para medir o ritmo de envelhecimento e intervir. Minha obra, Ciensofia I, publicada em 2003/2019, já explorava essa total interdependência.
Daniel Belsky: (Assentindo) É aí que a ciência e a Teoria X se encontram. Nosso objetivo final, como cientistas, é fornecer uma medida objetiva, um alvo para a prevenção de múltiplas doenças ao atacar o envelhecimento em si, no corpo e no cérebro. Se pudermos quantificar o ritmo, podemos retardá-lo.

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